Introdução
O uso de cannabis medicinal para dor crônica tem sido amplamente estudado devido à sua potencial eficácia e segurança em comparação com medicamentos convencionais, como opioides e benzodiazepínicos. No entanto, a grande variedade de produtos e métodos de administração dificulta a orientação adequada dos pacientes pelos profissionais de saúde. Este estudo investiga os diferentes métodos de consumo da cannabis e suas associações com os benefícios relatados pelos usuários.
Metodologia
Para esta análise, foram coletadas 1.087 respostas de adultos dos EUA e Canadá que utilizam cannabis para dor crônica. O estudo seguiu um modelo de métodos mistos, combinando análise qualitativa e quantitativa para entender as diferentes rotinas de uso.
Critérios de Avaliação
Os participantes responderam sobre:
- Métodos de administração (inalação, ingestão ou combinação de ambos);
- Tipo de canabinoides consumidos (ricos em THC ou CBD);
- Horário do consumo;
- Efeitos percebidos na dor e na saúde geral;
- Substituição de medicamentos convencionais.
Resultados
Tipos de Consumo e Perfil dos Usuários
Os participantes foram divididos em três grupos principais:
- Uso exclusivo por inalação: 36,2% (média de idade: 46,5 anos);
- Uso exclusivo por vias não inalatórias: 18,8% (média de idade: 56,3 anos, 72,5% mulheres);
- Uso combinado (inalação + não inalatório): 45% (média de idade: 49,2 anos).
Impacto na Dor e na Qualidade de Vida
- Todos os grupos relataram redução da dor;
- O grupo que combinou inalação e ingestão apresentou melhores resultados na saúde geral;
- Este grupo também relatou maior substituição de medicamentos convencionais, especialmente opioides.
Padrões de Uso de Canabinoides
- Produtos ricos em THC eram mais utilizados à noite;
- Produtos ricos em CBD eram mais usados durante o dia.
Conclusão
Os resultados indicam que categorizar os pacientes com base nos métodos de administração pode ajudar a otimizar o tratamento com cannabis medicinal. O uso combinado de inalação e ingestão foi associado a maiores benefícios na saúde geral e na substituição de medicamentos. Mais pesquisas são necessárias para avaliar a segurança e eficácia de diferentes rotinas de consumo.